12 de jan. de 2009

Papo de Bola: Novo "Globo Esporte SP": estreia aprovada

por Edu César
redigido pela Equipe Mundo da TV Aberta

Não precisei da exibição em horário alternativo no Sportv2 (19h30, para todo o país) para acompanhar a volta da edição paulista do "Globo Esporte". Sim, já sabia desde a primeira notícia que dei que novidades viriam.

Mas confesso que me surpreendeu a nova formatação SP do jornal trintão. E me surpreendeu positivamente. A idéia é dar uma sacudida? Pois a intenção acho que foi bem executada.

Para quem não tiver TV paga e não for de SP, vamos a um breve relato do que foi o "GE" versão São Paulo nesta segunda-feira (12/01): de largada, um clipe super pomposo e muitíssimo bem elaborado, com o Tiago Leifert (foto) anunciando a chegada do programa com frases como "imagine o programa de esportes com o qual você sempre sonhou. Este programa está no ar".

O novo estúdio permite ao apresentador se movimentar, não há bancada. A informalidade já na largada deu as caras, algo que não é propriamente muito comum em termos do jornalismo - geral e esportivo - da Rede Globo.

Cortina sonora mais agitada e dançante, câmeras em movimento típico de programa jovem. É um trintão jovial. E detalhe: dê-lhe material ao vivo, algo não muito frequente no "GE". Pouca coisa já estava gravada.

Após um primeiro bloco onde foram apresentados os repórteres nos clubes (Abel Neto no Corinthians, Mauro Naves no São Paulo, Bruno Laurence no Palmeiras e Leonardo Zanotti no Santos) e uma matéria de Andrei Kampff sobre o fenômeno de marketing Ronaldo, o segundo bloco teve mais uma novidade: Renato Ribeiro direto da Suíça, para a cobertura da escolha do melhor jogador do mundo da FIFA, via... Skype! É! A ferramenta que muitos de vocês usam pra bater papo foi utilizada pela Rede Globo - embora, crédito a quem merece, a idéia já seja usada há mais de meio ano pela TVCOM (UHF/paga da RBS no Rio Grande do Sul), em seu noturno "TVCOM Esportes". Entre as poucas matérias gravadas, as de Carlos Gil no novo carro da Ferrari e as dos eventos exibidos no "Esporte Espetacular".

O único momento mais discreto foi na rápida nota lida pelo Tiago sobre o falecimento de Friaça, da Copa de 1950. Passado isso, a informalidade continuou predominando. O apresentador - e editor-executivo desta nova edição paulista - dispensou o TP (teleprompter) todo o tempo, talvez um pouquinho de nada fora do ponto, mas segurando muitíssimo bem a peteca na passagem das informações.

Uma prova da descontração à toda prova foi na hora do vivo no Santos, onde chamou o Leonardo de "Léo", o que em termos de TV Globo não é muito usual, disse a frase "o 'Globo Esporte' é seu, fique à vontade" e interagiu com os entrevistados dele e dos outros repórteres ao vivo. Não é que a roda tenha sido reinventada. Mas lembremos que esta é a Globo, sempre engessada e quadradinha.

Para o segmento final, a entrada de um dos elementos novos do "GE" paulista: os video-games, ilustrados em reportagem de Rodrigo Garavini, da EPTV de São Carlos, com os referidos sendo a diversão dos jogadores corinthianos e palmeirenses nas concentrações na Copa SP de Juniores - que, mais adiante, teve um VT com lances curiosos da rodada, com locução do próprio Tiago.

No meio destes dois momentos, ele soube se virar bem para contornar um problema técnico, ao tentar formular uma pergunta a Abel Neto, que ficou sem retorno. Aliás, outro ponto a favor do apresentador: já no primeiro ao vivo do jornal, destacou que a demora na resposta do repórter se daria pelo delay (ou atraso), o que ocorre em tudo quanto é jornal, mas ninguém explica o que é, e nem todo espectador sabe disso.

Abro este parágrafo quando passa meia hora do encerramento do "Globo Esporte" - que, só para explicar aos leitores, pude assistir aqui de Porto Alegre graças a um santificado e abençoado "gato-net" da Globo SP. Se for para dar uma nota, daria nota 8.

O novo cenário ficou muito bem feito, com a liberdade devida de movimento para o apresentador. Ponto positivo para ele. Tiago Leifert já acompanho desde a reportagem do Sportv, com bom humor e informalidade no ponto certo em seus materiais. Se a idéia era ter um apresentador mais solto, que dispensasse o TP, ele foi uma escolha certeira.

Talvez tenham faltado algumas notícias do fim de semana na pauta (clássicos europeus e placares da Copinha). Mas para uma estréia onde "dividir com tudo" era necessário, dou esse desconto. A estreia me agradou muito.

Enquanto isso, a rede nacional - menos Minas Gerais - continuou com a formatação já do ano passado, ainda somente com a igualmente ótima Glenda Kozlowski e o grosso do material gravado.

A própria escolha do melhor jogador do mundo pela FIFA foi assim, com reportagens já preparadas pelo Renato Ribeiro e por Bruno Côrtes (do Sportv). Não sei como foi o primeiro bloco, visto só no Rio pelo canal aberto, mas espero que tenha voltado ao expediente normal até o final de 2007, com informações dos clubes locais. Voltando ao "GE" paulista: agora é ver como foi a resposta do público no Ibope.

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