21 de jul. de 2008
Adeus, Dercy Gonçalves
por Endrigo Annyston
Estamos ficando desfalcados. Nossos maiores talentos estão indo embora. O que restará? Rostos e corpinhos bonitos, porém desprovidos de talento?
E aqueles que vivem cada interpretação, que incorporam os personagens, sejam eles quais forem?
Hoje vemos, por exemplo, Glória Menezes, com décadas de carreira e inúmeros personagens na bagagem, roubando cenas e se destacando como uma das melhores personagens de "A Favorita".
Ao mesmo tempo, encontramos modelos e pessoas sem talento algum com espaço na mídia.
Dercy Gonçalves falava palavrão, cantava a música da "perereca da vizinha", mas nunca foi tão baixa quanto os "tchans" e "créus" da vida.
Sua irreverência, apesar de usar palavras chulas em seu repertório, eram as de uma mulher de bem com a vida que queria nada mais nada menos que curtir todos os seus momentos e ainda divertir os que estavam ao seu redor.
Fez do humor a sua vida, e, mais que isso, faz com que o humorismo brasileiro jamais seja citado sem que seu nome seja mencionado.
Dercy é uma guerreira que viveu 101 anos, e, mesmo com tanta idade, ao invés de querer descansar, queria produzir. Contudo, as emissoras de nosso país não lhe deram o devido espaço.
Morreu sendo festejada por seus mais de 100 anos. Ganhou inúmeras comemorações, e deixa a vida na Terra feliz.
Vai com Deus Dercy, porra!
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