21 de dez. de 2008

"Melhores do Ano - 2008": Melhor Novela

"Duas Caras" foi uma telenovela produzida e exibida pela Rede Globo, entre 01 de Outubro de 2007 e 31 de Maio de 2008, às 21h, tendo totalizado 210 capítulos.

Em Portugal, estreou a 05 de Novembro de 2007, sendo transmitida pelo canal SIC, juntamente com os últimos 5 episódios da novela "Paraíso Tropical".

Foi escrita por Aguinaldo Silva, com a colaboração de Izabel de Oliveira (ex-autora de "Malhação 2007") e Nelson Nadotti, e dirigida por Cláudio Boeckel, Ary Coslov e Gustavo Fernandes, com direção geral e de núcleo de Wolf Maya.

Apresentando a atriz Marjorie Estiano como protagonista e os atores Dalton Vigh e Alinne Moraes como antagonistas principais, a telenovela tratou de temas como política, homossexualidade, bissexualidade, corrupção, romances entre pessoas de diferentes classes sociais, fanatismo religioso, alcoolismo, racismo, divórcio, drogas, dislexia, epilepsia, mediunidade e troca de rosto.


  • Sinopse:

A telenovela possuiu duas fases distintas. A primeira introduziu os principais personagens e seus relacionamentos, e era focada majoritariamente nos protagonistas, Maria Paula, Marconi Ferraço e Juvenal Antena.

Após apenas 9 capítulos, essa fase se encerrou e, em 10 de Outubro de 2007, ocorre uma passagem de tempo de 10 anos, avançando a telenovela e apresentando o restante dos personagens.

  • GRES Nascidos da Portelinha

O Grêmio Recreativo e Escola de Samba Nascidos da Portelinha é a escola de samba que faz parte da trama da novela. Imagens do desfile da Portela foram usadas para as filmagens do desfile da escola fictícia, quando o ator Antônio Fagundes desfilou na escola de Madureira, enquanto interpretava o personagem, que na trama desfilava pela Nascidos da Portelinha.

  • Elenco:

Marjorie Estiano - Maria Paula Fonseca do Nascimento
Alinne Moraes - Maria Sílvia Barreto Pessoa de Moraes
Dalton Vigh - Marconi Ferraço (Adalberto Rangel / Juvenaldo Ferreira)
Antônio Fagundes - Juvenal Antena (Juvenal Ferreira dos Santos)
Susana Vieira - Branca Maria Barreto Pessoa de Moraes
Renata Sorrah - Célia Mara de Andrade Couto Melgaço
José Wilker - Francisco Macieira
Débora Falabella - Júlia de Queiroz Barreto Caó dos Santos
Lázaro Ramos - Evilásio Caó dos Santos
Stênio Garcia - Barretão (Paulo de Queiroz Barreto)
Marília Pêra - Gioconda de Queiroz Barreto
Marília Gabriela - Guigui (Margarida McKenzie Salles Prado)
Flávia Alessandra - Alzira de Andrade Correia
Caco Ciocler - Claudius Maciel
Sheron Menezes - Solange Couto Ferreira dos Santos Maciel
Juliana Knust - Débora Vieira Melgaço
Betty Faria - Bárbara Carreira
Rodrigo Hilbert - Ronildo (Guilherme McKenzie Salles Prado)
Marcos Winter - Deputado Narciso Tellerman
Otávio Augusto - Antônio José Melgaço
Letícia Spiller - Maria Eva Monteiro Duarte
Oscar Magrini - Gabriel Duarte
Thiago Mendonça - Bernardinho (Bernardo da Conceição Júnior)
Leona Cavalli - Dália Mendes
Júlia Almeida - Fernanda Carreira da Conceição
Armando Babaioff - Benoliel da Conceição
Júlio Rocha - JB (João Batista da Conceição)
Bárbara Borges - Clarissa de Andrade Couto Melgaço
Guilherme Gorski - Duda (Eduardo Monteiro)
Juliana Alves - Gislaine Caó dos Santos
Viviane Victorette - Nadir
Nuno Leal Maia - Bernardo da Conceição
Mara Manzan - Amara
Ângelo Antônio - Dorgival Correia
Alexandre Slaviero - Heraldo Carreira
Dudu Azevedo - Barretinho (Paulo de Queiroz Barreto Filho)
Cris Vianna - Sabrina Soares da Costa de Queiroz Barreto
Guida Viana - Lenir (Elenir)
Ivan de Almeida - Misael Carpinteiro (Misael Caó dos Santos)
Wolf Maya - Geraldo Peixeiro
Eri Johnson - Zé da Feira (José Carlos Caó dos Santos)
Flávio Bauraqui - Ezequiel Caó dos Santos
Susana Ribeiro - Edivânia
Paulo Goulart - Heriberto Gonçalves
Laura Proença - Vesga (Salete Costa)
Débora Nascimento - Andréia Bijou
Marcela Barrozo - Ramona Monteiro Duarte
Diogo Almeida - Rudolf Stenzel
Sérgio Vieira - Petrus Monteiro Duarte
Natasha Stransky - Bijouzinha
Wilson de Santos - Jojô (Josélio)
Adriana Alves - Condessa de Finzi-Contini (Morena)
Guilherme Duarte - Zidane
Alexandre Liuzzi - Dagmar
Adriano Dória - Marcha Lenta
Antônio Firmino - Apolo
Marilice Cosenza - Socorro
Luciana Pacheco - Denise
Thaís de Campos - Claudine Bel-Lac
Jackson Costa - Waterloo de Sousa
Lugui Palhares - Carlão (Carlos Augusto Palhares)
Cristina Galvão - Lucimar
Josie Antello - Amélia Caó dos Santos
Fafy Siqueira - Madame Amora
Débora Olivieri - Adelaide
Roberto Lopes - Gilmar
Paulo Serra - Ignácio Güevara
Sylvia Massari - Graça Lagoa
Gottsha - Eunice/Diva
Raquel Fiuna - Victória (Dóris)
Luciana Barbosa - Priscila
Humberto Guerra - Feliz
Tina Kara - Lavínia
Gilberto Miranda - Divaldo
Teca Pereira - Nanã
Prazeres Barbosa - Shirley
Isabela Lobato - Heloísa
Adriano Garib - Silvano
Munir Kanaan - Mosquito
Raphael Rodrigues - Brucely
Gisele Werneck - Aurora
Bia Mussi - Janete
Beto Quirino - Mestre
Leandro Lamas - Atchim
Marcos Holanda - Dunga
César Amorim - Soneca
Sérgio Monte - Dengoso
André Luiz Lima - Zangado
Zé Luiz Perez - Zé da Preguiça
Edmo Luís - Gavião Sereno
Eduardo Lara - Frango Veloz
Leandro Ribeiro - Osvaldo
Hugo Resende - Matheus
Cristiane Machado - Maria Helena
Tathiane Manzan - Ruth
Raphael Martinez - Elvis
Simone Debet - Nelly
Miguel Andrade - Rui
Ronna Dias - Ednéia
Álvaro Abrão - Henrique
Branca Feres - Luli
Bianca Feres - Lucinha
Átila Veiga - Dirceu
Babú Santana - Montanha
Marcelo Argenta - Márcio
Bruno Vieira - Felipe
Felippe Sanches - Bené
Mariana Xavier - Verinha

Crianças:

Gabriel Sequeira - Renato Fonseca do Nascimento Ferreira de Souza
Luana Dandara - Manuela de Andrade Correia
Lucas Barros - Dorginho (Dorgival Correia Júnior)

  • Trilha Sonora:

Dentre as peculiaridades da trilha sonora da telenovela, encontra-se "Recomeçar", canção gospel interpretada pela cantora Aline Barros, a convite do próprio autor da telenovela. Aline foi a primeira cantora gospel a ter uma canção na trilha de uma novela da Rede Globo.

Contrariando a trilha sonora nacional, fiasco de vendas, a trilha internacional fez sucesso e ocupou a primeira posição dos CD's mais vendidos do país.

"Duas Caras" foi a segunda novela a divulgar em CD sua trilha incidental, fato que só havia acontecido anteriormente em "Belíssima", de Sílvio de Abreu.

A produção musical da trama ficou a cargo de Victor Pozas, ex-produtor musical do seriado "Malhação".

  • Produção:

Foi escrita por Aguinaldo Silva, com a colaboração de Izabel de Oliveira (ex-autora de "Malhação 2007") e Nelson Nadotti, e dirigida por Cláudio Boeckel, Ary Coslov e Gustavo Fernandes, com direção geral e de núcleo de Wolf Maya.

Educação, racismo, luta de classes, drogas, homossexualidade, especulação imobiliária e invasão de terras improdutivas são temas abordados nesta trama de Aguinaldo Silva, que prometeu escrever uma novela politicamente incorreta.

Primeiramente teve título de "É a Educação, Estúpido!", com, inclusive outra história no foco principal, mas, depois, a história foi mudada e o título alterado para "Duas Caras".

Durante certo tempo, houve uma disputa entre o autor e Benedito Ruy Barbosa (este responsável por outra telenovela em pré-produção na época, "Amor Pantaneiro", que acabou nem sendo produzida) para decidir quem escreveria a substituta de "Paraíso Tropical", no final de 2007 como novela da 21h.

Embora inicialmente a disputa pendesse para o lado de Benedito, ao fim das discussões ficou decidido que "É a Educação, Estúpido!" entraria no ar no lugar da trama de Gilberto Braga, com "Amor Pantaneiro" sendo exibida apenas a partir de meados de 2008.

  • Mudanças no Enredo:

Ao ser questionado pela coluna "Controle Remoto" do jornal O Globo, em 5 de outubro de 2006, sobre quais seriam os temas abordados na telenovela, o autor teria respondido:

"Não tenho ainda a trama central, o 'escândalo' que faz uma novela, mas já criei personagens especialmente para Suzana Vieira, Marília Gabriela e Bárbara Borges".

A partir daí, diversas mudanças em relação ao enredo da telenovela começaram a surgir. Em 21 de outubro de 2006, em entrevista ao site Terra, o autor concedeu diversos detalhes sobre a trama, contando sobre como abordaria a "importância da educação e da cultura", inclusive declarando que o núcleo principal da trama se situaria numa universidade.

Até este ponto, Suzana Vieira seria a protagonista, Leonor Villela, e Marília Gabriela, a vilã da trama. Além da educação, outro tema que seria abordado pela telenovela seria o da favelização, principal motivo pelo qual o Rio de Janeiro havia sido escolhido como cenário, com Aguinaldo inclusive declarando que ambientaria a trama nos bairros de Rio Comprido e Catumbi.

Entretanto, poucos meses depois, durante uma entrevista à Folha de S.Paulo, o autor declarava um enredo principal bastante diferente. A trama não mais seria protagonizada por Suzana Vieira, mas sim por Eduardo Moscovis. Tal personagem seria baseado em um censor dos tempos da ditadura militar.

O personagem foi inspirado em "um sujeito chamado Romero Lago, que, na década de 70, chegou a ser chefe da Censura Federal, até que descobriram que ele não era Romero nem Lago, mas outra pessoa, condenada por um crime gravíssimo". Ele "(...) dá um grande golpe numa mulher (Carolina Dieckmann) por quem fingiu se apaixonar. Ele foge, faz uma série de plásticas e se torna uma pessoa respeitável. Até que, dez anos depois, o seu verdadeiro passado volta, na figura da mulher que ele traiu", conta Silva à Folha de São Paulo, do dia 10/12/2006.

A história do personagem foi parcialmente baseada, também, na figura do ex-deputado José Dirceu, que ao fugir da ditadura militar para Cuba, passou por cirurgias plásticas para mudar suas feições para que pudesse retornar ao Brasil sob uma outra identidade.

  • Produção do Elenco:

Durante sua pré-produção, a telenovela enfrentou alguns problemas para a escalação do elenco, principalmente com os protagonistas. Inicialmente, quem estava escalada para interpretar a protagonista - chamada Maria Clara, porém que depois mudou para Maria Paula - era Carolina Dieckmann, que declinou o convite ao ficar grávida.

Para substituí-la, Mariana Ximenes também chegou a ser convidada, mas preferiu tirar férias após ter emendando diversos trabalhos em telenovelas.

O outro protagonista seria Eduardo Moscovis, convidado para ser Marconi Ferraço. No entanto, o ator acabou recusando o papel, que ficou para Dalton Vigh.

José Mayer foi inicialmente cotado para interpretar Juvenal, papel que acabou ficando com Antônio Fagundes.

Vanessa Giácomo, que interpretava Luciana, ficou grávida antes do início da trama e por isso deixou a novela. Para isso, sua personagem também ficou grávida.

O nome do jovem ator Mussunzinho apareceu na abertura durante toda a apresentação da novela, mas ele não chegou a aparecer na trama.

Pela segunda vez, Renata Sorrah e Suzana Vieira interpretariam duas muheres rivais em uma trama de Aguinaldo Silva. A primeira vez havia sido em "Senhora do Destino" (2004), também de Aguinaldo, onde Suzana viveu a protagonista Maria do Carmo Ferreira da Silva e Renata interpretou a vilã, Nazaré Tedesco.

Esta é a primeira novela de Marília Pêra no horário nobre global (excluindo duas novelas das 22h do início dos anos 70: "O Cafona" e "Bandeira 2". Anteriormente, Marília tivera apenas duas aparições pequenas em novelas das 21h, como participações especiais vivendo ela mesma: em "Rainha da Sucata" e "Celebridade".

A atriz se destacou na pele da perua Gioconda. Suas cenas com Guida Viana, que interpretava sua amiga Lenir, deram um toque de humor à novela.

  • Cenário

Um dos pontos de maior destaque da produção é o fato de abordar a favelização brasileira. Um dos cenários da telenovela é a fictícia favela da Portelinha, liderada pelo personagem Juvenal Antena (Antônio Fagundes).

A Portelinha destaca-se por não apresentar infiltração de traficantes, sendo constituída meramente por trabalhadores. Inicialmente, ela se chamaria Mangueirinha, e seria situada em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio.

A cidade cenográfica montada para a telenovela foi inspirada na favela de Rio das Pedras. Para a sua construção, a equipe da Rede Globo realizou dezenas de visitas à comunidade, reconstituindo diversos trechos da comunidade de forma fiel, mas com alterações que possibilitassem à equipe de filmagem realizar as cenas, além da inclusão de novos lugares, como a escola de samba e o terreiro da personagem Setembrina.

Quando um plano geral da Portelinha era exibido, entretanto, o que estava sendo exibido verdadeiramente era a favela de Rio das Pedras, alterada digitalmente para que fosse inserida, num espaço de sete quarteirões, a cidade cenográfica.

A cidade cenográfica ocupava uma área de 6000 metros quadrados e possuía 8 ruas, nas quais foram construídas 120 casas, uma igreja, a escola de samba da comunidade e 30 lojas, que serviam de cenário para a gravação da maior parte das cenas da produção.

O ator Lázaro Ramos definiu a fictícia Portelinha como a visão do autor, Aguinaldo Silva, da favelização brasileira, pois "trata-se de uma junção de várias favelas e apresenta diversos personagens típicos desse ambiente".

A escolha do nome, uma homenagem à escola de samba Portela, rendeu posteriomente ao diretor, Wolf Maya, e ao elenco um "troféu Águia de Ouro", criado especialmente pelo carnavalesco Cahê Rodrigues para "retribuir" a homenagem.

  • Problemas com o autor

No dia 23 de novembro, a Globo informou, por meio de nota oficial, que o autor Aguinaldo Silva se manteria afastado dos roteiros da trama, para "resolver problemas pessoais" - o que posteriormente atribuiu-se à hipertensão. Sua saída gerou controvérsia entre os atores e a imprensa especializada, incitando rumores de que ele havia sido demitido. Contudo, na mesma semana o autor retornou à produção, pois havia sido impedido de viajar a Portugal, por não ter renovado o passaporte.

  • Exibição

"Duas Caras" não teve seu último capítulo reapresentado. Alegando que ficara grande demais, o autor Aguinaldo Silva e o núcleo de novelas da Globo decidiram não reapresentar o último capítulo, que foi exibido no dia 31/05/2008, um sábado.

Isso aconteceu pela primeira vez em muitos anos, pois novelas como "Renascer" e "Fera Ferida" tiveram problemas parecidos, mas não deixaram de ter seus últimos capítulos reapresentados.

O fato fez com que a novela tivesse a menor audiência de um último capítulo de uma novela das 20h da Globo (48 pontos). No sábado, a audiência sofre uma grande queda em relação aos outros dias da semana.

  • Classificação Etária

Aquando da estréia, a trama foi classificada pelo Ministério da Justiça como imprópria para menores de 12 anos, classificação que se prolongou durante os primeiros dois meses e meio.

Porém, devido às cenas excessivamente sensuais protagonizadas pela atriz Flávia Alessandra - intérprete de Alzira, pretensa enfermeira que trabalhava como "dançarina" num prostíbulo, a Uisqueria Cincinnati - e ao uso excessivo de palavrões, o órgão abriu um processo para reclassificá-la como imprópria para menores de 14 anos e inadequada para antes das 21h, e de fato, a partir do dia 24/12/2007, a trama foi reclassificada como tal.

Como forma de evitar a reclassificação, o autor Aguinaldo Silva chegou a insinuar que a explosão da boate estaria ligada a essa suposta "censura". Ainda que a Rede Globo tenha recorrido do caso, alegando que a telenovela havia sofrido mudanças que a tornariam adequada para menores de 12 anos, a mesma acabou por permanecer nesta classificação.

Assim, a emissora teve que mudar o horário da novela das 20h55 para as 21h, inclusive nas quartas-feiras, quando geralmente a novela começava mais cedo por causa do futebol. Os capítulos de quarta, foram então encurtados.

  • Abertura

Fazendo uso de papel reciclado, latas de refrigerante, retalhos e pedaços de fios, o artista plástico Sérgio Cezar desenvolveu, a pedido de Hans Donner, cerca de 1.500 maquetes que chegaram a ocupar aproximadamente 64m² do estúdio no qual foi gravada a abertura da novela.

Intercalada com imagens em preto-e-branco da própria fabricação da mini-favela, a abertura dura cerca de 70 segundos, e mostra o crescimento da comunidade ao redor de dois luxuosos edifícios criados através de computação gráfica.

Os créditos, por sua vez, aparecem desordenadamente. Marjorie Estiano, que vive a protagonista Maria Paula - e que, portanto, deveria ser creditada em primeiro lugar - aparece após muitos veteranos, como Antônio Fagundes, o co-protagonista Juvenal Antena, Dalton Vigh, o antagonista principal, Marconi Ferraço, e as também co-protagonistas Renata Sorrah, a batalhadora Célia Mara, e Susana Vieira, sua rival na trama, Branca.

Já a antagonista, Sílvia, interpretada por Alinne Moraes, é creditada a meio da abertura, sendo que seu papel faz parte do núcleo central da novela, e sua personagem é importantíssima para o desenrolar da história da mesma.

  • Audiência:

Estréia: "Duas Caras" obteve o menor índice de audiência de uma novela das 20h em seu capítulo de estreia, até então: média de 40 pontos, com picos de 42. Ficou abaixo da antecessora, "Paraíso Tropical", que em sua estréia marcou 41 pontos. Essa marca seria mais tarde superada pela novela "A Favorita".

Os dois capítulos seguintes alcançaram números ainda menores (média de 35,5 no segundo, e 33,7 no terceiro.)

  • Recepção:

A trama de Aguinaldo Silva foi indicada a receber vários prêmios. Dentre eles, ela ganhou:

Prêmio Contigo! (2007):

Melhor Atriz Coadjuvante - Marília Pêra
Atriz Revelação - Juliana Alves
Ator Revelação - Thiago Mendonça

Prêmio Tudo de Bom - jornal O DIA (2008):

Melhor Atriz - Marília Pêra
Musa - Flávia Alessandra
Troféu Super Cap de Ouro (2008):

Melhor Ator - Antônio Fagundes
Melhor Ator - Lázaro Ramos

Meus Prêmios Nick (2008):

Gata do Ano - Juliana Knust
Prêmio Jovem Brasileiro (2008):

Melhor Ator - Thiago Mendonça

Prêmio Qualidade Brasil (2008):

Melhor Ator - Antônio Fagundes
Ator Revelaçâo - Thiago Mendonça

Prêmio Extra de TV (2008):

Melhor Ator - Antônio Fagundes
Ator Revelaçâo - Thiago Mendonça

Prêmio Festnatal - Os Favoritos do Público (2008):

Melhor Ator - Lázaro Ramos

  • Núcleo da Poartelinha e outras informações:

Salvou-se o núcleo da Portelinha, encabeçado pelo polêmico Juvenal Antena (Antônio Fagundes). Entretanto, com o passar do tempo, o personagem caiu na caricatura. Apesar do talento de Antônio Fagundes, o personagem ficou chato, devido a seus desmandos, e foi acompanhado pelos outros personagens da favela.

O romance de Juvenal com a dançarina Alzira (Flávia Alessandra) também não agradou, devido à óbvia falta de química entre os atores, de modo que o casal não terminou junto: Alzira se muda para Espanha com os filhos e Juvenal termina solteiro, dizendo a Guigui (Marília Gabriela) que seu casamento é com o seu povo.

O líder comunitário popularizou os bordões Justamente, Muita calma nessa hora! e Epa, epa, epa! e, ainda por cima, chamava seus inimigos de Zé Ruela, desinfeliz, traíra, mequetrefe e muquirana.

Marjorie Estiano, ainda novata, viveu sua primeira protagonista numa novela de horário nobre. Sua personagem chegou a ser recusada por Carolina Dieckmann e Mariana Ximenes. A atriz foi vítima de várias críticas, mais por conta das características e pelo desenvolvimento de sua personagem do que pela sua performance.

Alinne Moraes, por sua vez, se destacou na pele da pérfida Sílvia, sua primeira vilã (que também foi recusada por Mariana Ximenes). A personagem apareceu pela primeira vez no capítulo 12, no dia 13 de outubro de 2007, um sábado, chorando a morte do pai às margens do Rio Sena, em Paris.

Sílvia começou apagada na trama, com a personalidade de uma típica moçinha mas acabou ganhando mais espaço e se tornou uma das personagens mais marcantes da novela. Ao decorrer da trama foi aos poucos revelando seus preconceitos e graves falhas de caráter. A franja usada pela atriz fez bastante sucesso, assim como seu luxuoso figurino.

Sílvia (Alinne Moraes), de forma depreciativa, chamava Maria Paula de Maria Louca, Maria Brega, Maria Tonta, caixeirinha de supermercado, mini-baranga, ameba, entre outros apelidos infames. E Renato (Gabriel Sequeira) era chamado pela vilã de purgantinho e pentelho insuportável. Já Branca (Suzana Vieira) e Célia Mara (Renata Sorrah) se xingavam respectivamente de vassoura de piaçava albina e anta de galochas.

  • Sátiras:

A novela foi satirizada pelo "Casseta e Planeta, Urgente!" como "Suas Taras". O cartunista Maurício Ricardo, do site Charges.com.br, satirizou a trama como "Duas Varas".

  • Cenas Marcantes:
Branca (Suzana Vieira) vomita sobre o caixão do marido João Pedro (Herson Capri);

Sílvia (Alinne Moraes) se joga do alto da escada para acabar com a festa de Renato (Gabriel Sequeira);

Barreto (Stênio Garcia) humilha Evilásio (Lázaro Ramos) por ele ser negro;

Gioconda (Marília Pêra) grita "Chega!" por todo o Rio de Janeiro após a amiga Lenir (Guida Viana) ser espancada por um assaltante.


  • Fotos:
  • Resultado da votação:

"Duas Caras" (Rede Globo) - 58,82%
"Os Mutantes" (Rede Record) - 25,49%
"Beleza Pura" (Rede Globo) - 15,69%

0 comentários: