20 de abr. de 2010

Entrevista: Maria Cândida fala sobre sua saída da Record

pelo Site NaTelinha


Maria Cândida (foto / esquerda) diz que o programa "12 Mulheres" foi o que mais gostou de fazer na Record


Jornalista desde 1992, Mâria Cândida já trabalhou em várias emissoras, como Record, Record News, Globo, SBT, Bloomberg e CNN. "É preciso ver outras coisas, viajar, trabalhar com gente nova e trazer mais informação para crescer profissionalmente. Eu sou assim. Nunca fiquei mais de 6 anos em uma TV", diz.

Há cerca de 2 semanas, a apresentadora anunciou sua saída da Record. Desde 2004 na emissora, resolveu respirar novos ares e tentar um novo projeto na televisão, desta vez de forma independente.

Em entrevista exclusiva concedida ao Site NaTelinha, Maria Cândida falou sobre essa decisão: "A Record queria que eu ficasse, mas não tinha nenhum projeto novo para mim. Só o que eu já tinha feito. Pensei muito e decidi que não queria ficar mais 1 ano, 2, esperando pintar algo interessante. Então, resolvi que era hora de sair".

Já a Record, em contato com o site, disse que não houve acordo na renovação do contrato com Maria Cândida. A emissora também desejou muito sucesso à apresentadora.

A jornalista também falou sobre os programas que fez na Record, confessou que ficou chateada com tantas mudanças no extinto "Programa da Tarde", porém disse que se sentiu muito prestigiada na emissora, por ter tido várias oportunidades. Ela ainda fala que não chegou a negociar com o SBT depois que deixou a emissora de Edir Macedo, e muito mais.

  • Confira:

Além dos motivos já sabidos, o que a Record achou da sua saída?
Maria Cândida:
Da minha parte, o que ficou das nossas últimas conversas foi uma relação muito positiva. A Record queria que eu ficasse, mas não tinha nenhum projeto novo para mim. Só o que eu já tinha feito. Pensei muito e decidi que não queria ficar mais 1 ano, 2, esperando pintar algo interessante. Então, resolvi que era hora de sair. Ninguém entendeu muito bem, porque todo mundo quer ficar empregado hoje em dia. Mas eu ando com uma necessidade muito grande de ousar, de fazer algo novo, alguma coisa que eu realmente acredite. Também foi interessante que geralmente as pessoas saem e colocam notas no jornal falando que vão para outra emissora etc. E eu, fiquei quieta, porque ainda não vou para lugar nenhum. Este ano, vou escrever meu livro e tentar colocar no ar um outro programa, que criei.

Como foi trabalhar na Record por tantos anos?
MC:
Foi ótimo. Aliás, em todas as emissoras que trabalhei tive muitas oportunidades e me orgulho de falar isso. Mas acho que depois de uns 4, 5 anos, a gente tem que mudar para reciclar. Depois até pode voltar, mas é preciso ver outras coisas, viajar, trabalhar com gente nova e trazer mais informação para crescer profissionalmente. Eu sou assim. Nunca fiquei mais de 6 anos em uma TV.

Qual o projeto que mais gostou na emissora?
MC:
O "12 Mulheres", sem dúvida nenhuma. Este programa, que teve 12 episódios, foi o ápice da minha história na Record. Foi um programa de bom gosto, conceitual e que deu audiência, apesar do horário difícil que foi colocado (00h30, sábados). Nele, pude mostrar meu lado repórter, apresentadora, tudo junto. Não foi fácil viajar por 4 meses, deixar filho, marido, casa e se dedicar só a 1 projeto. Mas aquilo era tão especial, tão importante para mim, que foram meses maravilhosos. Para quem está lendo a entrevista e não sabe do que eu estou falando, vou explicar: no programa, eu viajar por 12 países espalhados por todos os continentes. E nesses países, em cada um deles, eu entrevistava 12 mulheres. Ouvi histórias sensacionais e cresci muito como ser humano.

Você chegou a ficar chateada com tantas mudanças no "Programa da Tarde"?
MC:
Sim. O apresentador sempre fica. Mas serviu para eu aprender que TV é assim e nós não controlamos nada. O programa teve uma fase maravilhosa, com o "Jogo do Namoro", e houve fases bem monótonas, se eu posso dizer assim. Mas isso faz parte do passado.

Se sentiu desprestigiada na Record?
MC:
Não, pelo contrário. Eu entrei como repórter e em menos de um ano já era apresentadora do "Guinness - O Mundo dos Recordes". Em menos de 2 anos já tinha o "Programa da Tarde", que ficou no ar por 2 anos e meio, o que é muiito para TV, hoje em dia, e era o 5º maior faturamento da casa. Quando o Marcio Garcia ficou doente, a Record me chamou para substitui-lo sem nem me testar... Fiquei no "O Melhor do Brasil" por 3 sábados. Quando a Eliana saiu, no dia, ninguém sabia se ela faria o programa, e imediatamente mandaram me chamar... Só não fiz o programa porque ela apareceu em cima da hora. Isso foi prova de quanto a Record sempre confiou em mim. A emissora sabe que eu faço e faço ao vivo. Não preciso de ficha, TP, nada disso. Sou uma apresentadora de verdade, jornalista. Por isso, eu me sinto super prestigiada. Para mim, apresentador bom, como diz o sábio Faustão, é aquele que faz ao vivo. E se você pedir para a maioria hoje, pouquíssimos seguram um programa de auditório ao vivo. E a Record sabe quem eu sou e o que eu rendo em frente a uma câmera.

Explique melhor como é o formato que você desenvolve como produtora independente.
MC:
É o formato de um programa de reportagens com um foco específico. Não posso falar mais nada.

Já existem negociações com emissoras pra exibir esse formato?
MC:
Estou conversando com emissoras. Mas todo esse processo é muito lento.

Logo depois que anunciou sua saída da Record, surgiram alguns boatos de que você já estaria negociando com o SBT. Procede?
MC:
Não.

Se for contratada de outra emissora, em que setor gostaria de trabalhar? Entretenimento ou jornalismo?
MC:
Não pretendo ser contratada. Pretendo fazer parcerias com emissoras, como o Amaury Jr. faz. Esse é o meu sonho e por isso que eu sai da TV, por isso que larguei meu emprego. Se der tudo errado, eu volto para a TV convencional, mas preciso tentar. Se não tentar vou morrer achando que poderia ter dado certo.

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