18 de nov. de 2010

"Vou fazer de tudo para não vender", diz Silvio Santos sobre o SBT


O empresário e apresentador Silvio Santos afirmou em entrevista à Revista Veja que não pretende vender o SBT.
  • Confira a entrevista:
O senhor quebrou?
SS: Eu não. Meu banco quebrou. A holding não foi afetada, continua muito saudável, as empresas estão bem administradas e com excelente valor de mercado.

Como o apresentador Silvio Santos soube que o empresário financeiro Silvio Santos estava em apuros?
SS: Era o dia 11 de setembro, um sábado de gravação como outro qualquer. Em um dos intervalos me entregaram um telefone celular e disseram que era urgente. Pensei nas minhas filhas. Elas estavam viajando, e fiquei preocupado. Não eram elas. Era o presidente da holding. Ah não...! Em sábado de gravação não falo sobre questões empresariais. Mandei-o ligar depois. Bem, era a questão do PanAmericano. Disseram-me que o Banco Central já estava trabalhando lá dentro fazia 3 semanas e que tinha sido encontrado um rombo contábil bilionário. Foi um baita susto. Como o Banco Central estava havia 3 semanas em meu banco e não me informam de nada? E as auditorias que davam tudo como perfeito? A Deloitte, a KPMG e os analistas do Banco Fator, que fizeram uma avaliação do PanAmericano, nada encontraram. Como acionista, eu recebo relatório mensal sobre o banco, o RGA, e não havia o menor sinal de irregularidade.

Bem, agora o senhor deve R$ 2,5 bilhões. Como vai pagar essa quantia, que é uma fortuna mesmo para seus padrões?
SS: Acho que negociei bem com o Fundo Garantidor de Créditos, o FGC. Eles queriam que eu pagasse juros sobre aquele valor. Eu disse que juros eu não pagaria. Aceitei apenas corrigir o desgaste inflacionário em cima do dinheiro. Tenho 10 anos para pagar, com 3 anos de carência. Isso significa que a 1ª parcela vence em junho de 2014. Até lá, tenho só de cobrir a inflação. É uma pancada, mas posso pagar desde que venda algumas de minhas empresas, a participação no banco...

O senhor venderia até a emissora?
SS: A televisão não vendo. Vou fazer de tudo para não vender. Mas, as demais empresas, por que não? Estou com quase 80 anos e não tenho interesse especial em bancos ou indústrias de cosméticos. Posso vender empresas e ficar com a televisão, que penso em deixar para minhas filhas que se interessam por comunicações. Uma delas, a Daniela, já mostrou que gosta de televisão.

Não é desanimador construir um império do nada e, aos 80 anos, ter de se desfazer dele para pagar dívidas?
SS: Eu estava pensando em me aposentar no ano que vem. Claro, né? Só faltava eu apresentar o programa já velhinho e de bengala. Vou adiar o plano de aposentadoria. O problema com o banco me fez buscar energias para entender o que está acontecendo e para negociar. Não tenho por que estar abatido. Meu banco quebrou, mas não dei prejuízo a ninguém, não peguei dinheiro público, ofereci garantias de sobra pelo empréstimo e ainda tenho 10 anos para pagar.

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