30 de set. de 2010
Ações da Rede Globo foram compradas pelo equivalente à US$ 35
por Henrique Brinco
Como temos muitos leitores fanáticos por televisão, resolvi pesquisar mais sobre esse interessante passado e descobri alguns fatos que ainda não foram explicados sobre os documentos apresentados pela emissora paulista na Justiça.
Tentarei explicar de forma "didática" e resumida essa confusa e obscura história que, talvez, nunca será esclarecida totalmente.
- Como tudo aconteceu:
Victor Costa Júnior vendeu a emissora para Roberto Marinho em 1964, que pagou Cr$ 3,7 bilhões (cerca de US$ 2 milhões, na época) pelo pacote que incluía mais duas TVs e três rádios. As 15.099 ações (52% do capital), no entanto, permaneceram em nome da família Ortiz Monteiro.
Como Victor Costa Petraglia morreu antes de a emissora ser transferida para seu nome, a transação foi registrada como se Roberto Marinho tivesse adquirido as ações diretamente da família Ortiz Monteiro.
Entendeu até aí? Não?! Então, beba uma água, releia o início e continue. A historinha vai ficar BASTANTE interessante a partir de agora!
Vamos prosseguir!
- Fatos curiosos sem explicação:
Os herdeiros contestam a veracidade de quatro procurações de Oswaldo Ortiz Monteiro outorgadas ao representante de Roberto Marinho e ex-diretor da TV Globo Luiz Borgerth: uma de 1953 e as demais de 64. Os papéis davam a ele poderes para transferir a terceiros as ações que estavam em nome do ex-deputado, de Hernani, de Vicente Costa e de Bento Costa.
Segundo o laudo do Instituto Del Picchia, as datas das quatro procurações são falsas e os documentos, provavelmente, foram redigidos entre 1974 e 1975. Além disso, nas procurações Borgerth, que teria apenas 21 anos, já aparecia como "advogado, desquitado" e residente no endereço onde a Globo só iria se instalar décadas depois.
Outro fato curioso é que em algumas das procurações apresentadas pela TV Globo, datadas das décadas de 50 e 60, já traziam número de CIC (Cartão de Identificação de Contribuinte), que só foi criado na década de 70.
Entre os documentos, também estão dois recibos de Cr$ 60.396,00 que teriam sido pagos por Roberto Marinho pela cessão total de 15.099 ações do capital inicial da emissora. Quer saber quanto valeria tudo isso em termos mais "populares"? Isso mesmo! Apenas 35 dólares. O laudo do Instituto Del Picchia diz que o segundo recibo foi escrito com a mesma máquina usada para as procurações de Borgerth.
Vale ressaltar que as informações aqui apresentadas constam no processo e podem ser consultadas por qualquer pessoa. Para a Justiça, não existe nada irregular.
E você? O que pensa sobre isso?
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