13 de jan. de 2010

Primeiras impressões sobre o "Big Brother Brasil 10"

por Ricardo Calil

+ É sempre prematuro falar sobre o primeiro episódio de qualquer programa em série, especialmente de um reality show, que não tem roteiro muito definido. Mas essa me pareceu a estreia de "Big Brother" com linhas mais claras, definidas.

+ Uma das chaves desta edição foi dada explicitamente por Pedro Bial: "Este 'BBB' tem um novo alfabeto. ABCDEF GLS…". Uma das participantes depois reforçou: "Este é o 'BBB' da diversidade". Por fim, a animação de Maurício Ricardo mostrou três robozinhos, um deles gay (imagem). A direção do programa selecionou um gay, uma lésbica e uma drag queen, todos assumidos – o que demonstra que as questões de gênero sexual terão papel predominante desta vez.

+ A ideia de uma vida dupla é reincidente entre os participantes – muito além da duplicidade inerente aos brothers GLS. Há uma doutora em lingüística que vira perua baladeira, uma policial que solta a franga na praia, um engenheiro agrônomo que foi modelo, um advogado que treina boxe e assim por diante.

+ Como se vê, a "segunda vida" dos participantes está ligada em geral ao corpo. Muitos ganham a vida com atividades físicas: um dançarino, uma dançarina de boate, um personal trainer e assim por diante. Esta parece ser também uma das edições mais homogêneas em termos corporais/hormonais, com uma maioria absoluta de corpos esculpidos, quando não marombados. Pela minha lembrança, havia mais exceções em edições anteriores, como Cida ou Jean, por exemplo.

+ É cedo para dizer, tudo pode mudar nas próximas semanas, mas o "casting" da edição me pareceu bastante inspirado, com vários participantes de personalidade forte. E já deu para identificar claramente uma barraqueira, a jornalista lésbica, que deu uma enquadrada forte e desnecessária, logo no primeiro programa, na dançarina de boate (com o tempo, prometo decorar o nome dos participantes – ou não).

+ O primeiro episódio reforça uma impressão das últimas edições: se há um protagonista no "Big Brother", este é o apresentador Pedro Bial e suas tiradas que vão do "poético/filosófico" ao francamente cafajeste (no programa de estreia, ele comentou, por exemplo, que a bunda de uma das participantes não cabia na tela de TV).

+ Outra sensação confirmada: o "Big Brother" é o programa de melhor edição da TV brasileira, uma máquina ágil e eficiente. A edição deu conta, por exemplo, de tornar já um pouco familiares os 15 anônimos participantes.

+ As mudanças de uma edição para outra sempre me soaram cosméticas: muda a decoração de um quarto, muda o perfil de um ou outro participante. Desta vez, houve uma mudança significativa, que altera de cara o jogo: a participação de ex-big brothers. É possível dizer de cara que essas celebridades efêmeras já levam uma vantagem em relação aos celebrity wannabes, por já terem passado um bom tempo no confinamento? Ainda é cedo para dizer. A dramaturgia do programa, ou pelo menos o que a edição tenta transformar em dramaturgia, só se define com o tempo.

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