14 de jul. de 2009

Outro Lado: As novidades da TV - 6 a 1 pro SBT

por Bruno Motta

Tem gente falando do festival de multas, do dinheiro que vai ser gasto pra cobrir contra-oferta de lá e de cá e de quem está sendo pego, pra melhor ou pra pior, no fogo cruzado entre SBT e Record. Mas não falaram ainda em quem se deu melhor na briga das 2 TV's.

Por enquanto, se a Record tirou o arquiduque do homem do Baú, uma das figuras mais emblemáticas (e lucrativas!) do rival, o SBT já tem de volta a simpatia popular de Eliana, Roberto Justus e seu verniz AA de público e anunciantes, o profissionalismo e eficiência de Leonor Corrêa e Paulo Franco e de quebra, o símbolo da dramaturgia na Record, Tiago Santigo.

Dizer que os botes não machucaram é mentir. No tabuleiro, foi como levar a dama mas, por outro lado, perder 5 peças. Farão falta. E agora o medo ronda os bastidores... quem mais vai entrar no "Show do Milhão"?

Em paralelo, o SBT traz novas atrações e ajuste da grade com ares de renovação, capitaneados pela ousadia jovem da equipe de Daniela Beyruti tentando compreender melhor um novo público, interativo, conectado e opinante.

"Você se Lembra?" (foto) é uma agradável surpresa, principalmente pela simpatia e carisma de Zé Américo, humorista do "Café com Bobagem" que ganhou uma chance inesperada; "Só Falta Esposa" cumpre seu papel e a mudança de "Hebe" e "A Praça é Nossa" para uma faixa mais nobre dão aos programas alívio e a sensação de dever cumprido no front de batalha.

A continuidade dos realities "Esquadrão da Moda", "10 Anos Mais Jovem" e "Supernanny" fazem muito bem ao canal, mas há que se pensar num revezamento com outras atrações. Afinal, esse novo momento da TV não é de programas que duram para sempre, e eles precisam de uma pausa para respirar.

Até a nova novela "Vende-se Um Véu de Noiva" é de bastante qualidade, mesmo que não tenha tanta audiência - talvez pelo horário, e podia ser até melhor retornar para o embate tradicional contra o "Jornal Nacional", quando as novelas do canal superavam os 2 digitos.

Celso Portiolli (foto) trouxe novo fôlego aos domingos, usando o espaço pra mostrar a segurança, talento e carinho do público que lhe trouxeram até onde está.

Enquanto a Record não se pronuncia à altura e apenas protege suas peças, quem está ganhando somos nós, como manda o clichê. São opções cada vez mais diferentes.

Bruno Motta é humorista stand up, colunista e não se lembra do que mais. Mas quem sabe por R$ 100 mil não force um pouco a memória.

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