17 de jul. de 2009
Entrevista com Marco Pigossi: "Sou muito bem resolvido"
Marco Pigossi (foto) vem se destacando na novela "Caras e Bocas" como o homossexual Cássio, que trabalha na galeria de arte, é fissurado em moda e gasta o dinheiro comprando roupas caras, embora more em uma pensão.O paulista, de 20 anos, está em seu 8º trabalho na TV - ele participou de: "Metamophoses" (Danilo - 2003), "Um Só Coração" (Dráusio - 2004), "Eterna Magia" (Miguel - 2007), "Minha Nada Mole Vida" (Sávio - 2007), "Queridos Amigos" (Bruno - 2008), "Casos e Acasos" (Rogérinho - 2008) e, atualmente, "Caras e Bocas" (Cássio - 2009).
Nesta entrevista, Marco, que está solteiro após um namoro de 3 anos, conta que às vezes é confundido com o personagem. "Mas não ligo. Sou muito bem resolvido".
Ele fala também sobre o início da carreira, aos 12 anos, em São Paulo, os testes que não deram certo e os planos de se tornar diretor de cinema.
- Confira:
Precisou fazer 'laboratório' para interpretar o Cássio?
MARCO PIGOSSI: "Montei o personagem observando gestos, o jeito de andar, de falar, de se vestir dos gays. Assisti também a seriados e filmes. Estou conhecendo mais esse meio e entendendo melhor. Já fui a boates GLS com amigos do teatro, mas não é um ambiente que eu conseguisse pegar muitas coisas para o Cássio, que é difícil de fazer, pois tenho que achar o tom certo."
O público te confunde com o personagem nas ruas?
MP: "Às vezes confunde, mas não ligo, significa que estou convencendo. O público tem um carinho enorme, independente da sexualidade, classe social e idade. Os gays chegam de maneira carinhosa, nada de cantada, coisas feias. As pessoas ficam na dúvida, a mulherada chega e pergunta: 'E aí?' (risos). Eu me divirto e acabo tirando algumas casquinhas, confesso."
MP: "Estou solteiro, terminei um namoro de 3 anos há pouco tempo. Ela é de São Paulo, não é atriz e, quando eu vim para o Rio, em 2007, namoramos ainda à distância durante um ano, mas acabou não dando certo e achamos melhor acabar numa boa. Estou aberto para conhecer pessoas diferentes. A gente nunca procura, mas sempre aparece..."
Já se envolveu com alguém do mesmo sexo?
MP: "Não, nem tenho vontade. Sempre fui muito bem resolvido nesse sentido desde pequeno. Isso me estimulou quando soube que ia fazer um homossexual, pois era algo distante de mim. Fui pesquisar se as pessoas já nascem ou se tornam homossexuais."
Como surgiu a carreira de ator?
MP: "Fiz um curso de teatro dos 12 anos aos 16 anos. Criança, em São Paulo, tem que ter agenda completa, porque não pode sair na rua, brincar... Após a primeira aula cheguei em casa e falei: 'É isso que eu quero fazer'. Nadei profissionalmente até os 15 anos, mas tive que escolher entre os treinos e o teatro. Minha primeira peça no circuito aberto foi 'O Despertar da Primavera', um texto do Frank Wedekind, que fala sobre a descoberta da sexualidade."
No que a carreira interferiu em sua adolescência?
MP: "Só em coisas boas. Como comecei cedo e estava certo do que queria, foi muito bom. Eu via meus amigos com 16, 17 anos preocupados com o futuro, que faculdade e profissão escolher, e eu já sabia a minha."
Em 2004, você fez testes para a versão brasileira de "Rebeldes", no SBT, que acabou sendo engavetada. Nessa hora, pensou em desistir?
MP: "Nessa profissão a gente quebra muito a cara. Chegamos a gravar o piloto, mas a idéia não foi comprada, preferiram trazer a versão mexicana. Não pensei em desistir, porque já estava no teatro. Após 'Queridos Amigos', fiz 6 testes na Globo, e só rolou agora, com o Cássio. Eu sabia que ainda ia apanhar muito, que tinha que continuar. Acho que tudo tem sua hora e não me imagino fazendo outra coisa."
Sua família o apoiou?
MP: "Meu pai é médico, minha irmã, advogada, e minha mãe, fisioterapeuta, todos formados pela USP. Quando comecei a fazer teatro eles não levaram muito a sério. Meu pai só acreditou que eu virei ator quando entrei em 'Eterna Magia'. Falo bastante com minha mãe, que sempre me acompanhou, viajava comigo nas peças. Ainda ligo e pergunto o que ela achou da cena."
Você se mudou de São Paulo para o Rio por causa de “Eterna Magia”. Como veio o convite?
MP: "Tinha 18 anos e fazia peça 'Dois Cavaleiros de Verona', de Shakespeare, em São Paulo, quando um produtor assistiu e me convidou para fazer o teste. Fiz um em São Paulo, outro no Rio e fiquei com o personagem. Apesar da participação em 'Um Só Coração', era tudo muito novo para mim. TV é completamente diferente, aprendi fazendo."
Como é sua relação com o elenco de "Caras e Bocas"?
MP: "O texto do Walcyr (Carrasco) é impecável e o Jorginho (Fernando), tem um lado cômico e uma sensibilidade muito boas. A Ingrid Guimarães é um gênio no que faz, a Flávia Alessandra é extremamente sensível e a Rachel Ripani eu já conhecia do teatro. Rolou uma química e o Walcyr tem gostado bastante."
Seu personagem se veste bem e mora em uma pensão... O que você pensa sobre as "vítimas da moda"?
MP: "O Cássio é um 'shopaholic', um refém desse vício. Ele deixa de pagar a pensão para comprar roupa. Sou muito mais clássico que ele, prefiro camiseta lisa e jeans. Tenho a cabeça no lugar nesse sentido. Há coisas muito mais importantes do que roupa."
É a favor de um beijo na TV entre duas pessoas do mesmo sexo?
MP: "Não sei dizer se o público está preparado ou não, mas não cabe a mim, e sim aos autores e à censura interna. Não acho necessário que haja. Quanto mais leve e sutil for, melhor. O público é inteligente e entende, não precisa mostrar claramente."
O Cássio vai se envolver com a Léa (Maria Zilda). Há possibilidade de acontecer o mesmo que com Orlandinho (Iran Malfitano) de "A Favorita" e ele virar um "ex-gay"?
MP: "Eles vão se beijar e o Walcyr vai desenvolver essa história. Ele sempre surpreende e não acredito que vá se repetir, caindo na mesma história de outra novela."
Fale de sua experiência no cinema...
MP: "'O Diário Aberto de R.' (2005) foi o primeiro curta e aborda a homossexualidade de uma forma leve, mas eu não faço um homossexual. 'Chulo Fiction' foi um filme universitário que atuei. Já 'Universos Paralelos' é uma idéia minha e do Edson Erdmann, que trabalhou comigo em 'Eterna Magia'. Escrevemos o roteiro juntos e gravamos metade no Rio, metade em Nova York, sem orçamento nem pretensão. Estou fazendo captação para um longa, mas não posso falar ainda. Assim que tiver algo definido, conto."
O que gosta de fazer nas horas vagas?
MP: "Não sou muito de sair. Ainda nado. Me eduquei a ler desde cedo, então, sempre que tenho tempo, gosto de sentar e ler. Leitura não me tira do foco, me mantem concentrado e me dá paz. Estou lendo 'O Livro do Desassossego', de Fernando Pessoa."
Quais os projetos para o futuro?
MP: "Faço faculdade de cinema, acho legal conhecer o por trás das câmeras. Tenho uma carreira inteira de ator para viver mas pretendo, a longo prazo, dirigir. No teatro tenho feito algumas leituras com um grupo em São Paulo, mas agora não tenho nada em mente, estou focado no Cássio."
4 comentários:
muito bom concordo que em sp não muito oque se fazer na rua,então é uma boa,acho que nisso e em outras coisas mais ele disse a verdade.
25 de julho de 2009 às 00:17O FOI MAL FALEI ISSO MAS CARA ELE MUITO BOM ATOR ELE ME RIR MUITO MUITO MESMO NÃO ACISTO NOVELA MAS ESSE CARA É IMPRDIVEL PODIA TER UMA NOVELA SÓ COM CENAS DELE.
25 de julho de 2009 às 00:18Adorei a entrevista com o queridissímo Marco Pigossi!
10 de agosto de 2009 às 23:38Sou apaixonada por ele,ele é muito LINDOOOOOO,não só por fora como por dentro também!
Não perco a novela nenhum dia se quer,só por causa dele!
Bem que poderia ter uma novela em que as cenas fossem apenas com o Marco! =D
E é isso,te admiro muitooo Marco!
Sucesso para você sempre!
Bjãooo
S2
oi amore so gostaria de sabe se vc tem orkut ou o que ta no meu e fak bjkas te adoro de muitãooooooooooo
18 de dezembro de 2009 às 01:43Postar um comentário