16 de jan. de 2009
"A Favorita": Missão cumprida
por Endrigo Annystonredigido pela Equipe Mundo da TV Aberta
Eu já havia passado por situação parecida anos atrás quando vesti a camisa de "Essas Mulheres", da TV Record. Defendia o texto primoroso e poético de Marcílio Moraes e a mídia comentava a péssima audiência da atração.
A impressão que dá é que não é necessário conferir o produto para analisá-lo. Se deu audiência é porque é bom, se não deu, é porque não vale a pena. E é tão mesquinho pensar por esse lado, ainda mais em um país como o Brasil, onde anos atrás o "Programa do Ratinho" era líder absoluto de audiência.
Hoje todos falam de "A Favorita", todos a adoram. Lógico, depois de enfrentar o auge de "Os Mutantes" e mostrar a que veio, é fácil elogiar a trama. Carneiro fez muita gente engolir a seco o apelido de “A Rejeitada”, inclusive alardeado aos quatro ventos pelo concorrente Tiago Santiago, que se achava a última bolacha do pacote por ter atrapalhado a estréia de "A Favorita".
Realmente atrapalhou a estreia e as semanas seguintes, contudo, após a revelação da verdadeira assassina, "A Favorita" foi somando mais e mais telespectadores interessados nos rumos das personagens, diferente do que dizia o concorrente, que, no auge de sua arrogância e prepotência, para não falar viajada na maionese, previra que, após a revelação - segundo ele foi antecipada por sua causa - os índices cairiam novamente.
Eis que ocorreu justamente o contrário. "A Favorita" saltou de 35 para 50 pontos e o nobre concorrente deixou de brigar de frente com a trama global com a mudança do horário de exibição de "Os Mutantes". O que não adiantou, óbvio.
Sua desgastada novela, que por sua insistência terá uma nova temporada para terminar de agonizar na frente do público, caiu de 24 para 9 pontos. Há dias não consegue atingir dois dígitos. A baixa audiência de "Os Mutantes" serve até como alívio para Glória Perez, que estreia segunda "Caminho das Índias" sem concorrência forte no horário.
É aquela velha questão: quem sabe fazer, faz, não fica falando que vai fazer. Foi o que ocorreu com João Emanuel, que, quietinho na dele, promoveu uma revolução na teledramaturgia. Claudia Raia e Patrícia Pillar viveram as personagens de suas vidas; Lilia Cabral e Jackson Antunes provaram mais uma vez todo o seu talento; Iran Malfitano e Deborah Secco formaram o núcleo cômico com a impagável dupla Orlandinho e Céu . Não dá pra não destacar também as atuações de Mariana Ximenez, Giulia Gam e Helena Ranaldi, além da grata surpresa que foi o jovem Miguel Rômulo.
Mas especial mesmo foi o núcleo formado pelo “elenco maduro” de "A Favorita", esses sim foram de tirar o chapéu. Grandes interpretações ficaram por conta de: Genézio de Barros, Suzana Faini, Suely Franco, Ary Fontoura, Milton Gonçalves, Glória Menezes e, claro, Mauro Mendonça.
Só não deu para entender até hoje o grande destaque dado ao ator Carmo Dalla Vecchia. O personagem Zé Bob foi grande demais para a pouca atuação do ator. Pouca para não dizer nenhuma. Carmo foi o grande erro de João Emanuel, perdoável devido a grandeza de todo o resto.
A coluna Cena Aberta se despede de "A Favorita" com total orgulho. Foi um imenso prazer poder conferir essa telenovela, poder comentar com vocês, e, acima de tudo, reunir um pessoal tão bacana de fãs da trama em nosso blog.
Missão cumprida.
1 comentários:
Fiquei com saudade da Favorita.
17 de janeiro de 2009 às 10:37Postar um comentário