19 de jan. de 2009

Especial "Caminho das Índias": Uma viagem cheia de paixão

O desejo de “uma viagem por mares pouco conhecidos, cheios de paixões, de encontros e de sabores diferentes” levou Glória Perez a criar a história de "Caminho das Índias", a terceira novela consecutiva que a argumentista desenvolve tendo como pano de fundo uma cultura diferente e um amor, à princípio, impossível.

E é justamente em mais um amor impossível, dessa vez vivido por dois indianos, que se dá o mote para o desenvolvimento da nova mega-produção da Globo para o horário das 21h. Reerguido, muito graças ao esforço de João Emanuel Carneiro e de sua "A Favorita", que deixa o horário com uma singela média de 40 pontos geral, o principal espaço na grade da emissora será ocupado, pelos próximos oito meses, por costumes, sabores, cheiros, tradições que remontam à tão longínqua Índia.

Sempre tendo como fundo a premissa que Glória Perez melhor aprendeu junto de Janete Clair, sua mestra: a de um amor impossível. Junte-se a isso núcleos paralelos, do subúrbio brasileiro, repletos de humor, e ainda a necessidade de racionalizar em torno das doenças mentais, especialmente, em torno da esquizofrenia, e parece estar feita a fórmula do sucesso de mais uma novela da Globo.

Mas será que essa Índia é capaz de contrariar a tendência de naufrágios que tem impregnado as outras produções da Globo? É que "Negócio da China" já começou mal, ao ser levada ao ar num horário diferente do que esteve inicialmente escalado, e as "Três Irmãs", que até começaram em Bali, ainda não disseram a que vieram. Terá Glória Perez a astúcia e a inteligência necessárias para conduzir esta novela ao tão aclamado sucesso?

A partir de agora, não deixe de acompanhar a síntese de informações sobre "Caminho das Índias".
  • Ficha Técnica:
Rede Globo - 2009.
Uma novela de Glória Perez.
Escrita por Glória Perez.
Horário: 21h.
203 Capítulos previstos.
Direção de Fred Mayrink, Leonardo Nogueira, Luciano Sabino e Roberto Carminatti.
Direção geral e artística de Marcos Schechtman.
Antecessora: "A Favorita", de João Emanuel Carneiro.
Sucessora: "Viver a Vida", nome provisório da próxima novela de Manoel Carlos.
  • A história:






Maya, moça indiana, trabalhadora, de boa índole e filha de Manu e Kochi, pertence a uma tradicional família da casta dos comerciantes. Desde sempre, Maya sempre teve presente que a sua felicidade seria decidida por seus pais através da imposição de um homem para seu marido, para pai de seus filhos.

Mas a boa e feliz estrutura familiar está prestes a ruir quando, em função de uma paixão arrebatadora, Maya decide viver o seu amor com Bahuan, que está se formando nos EUA e trabalha numa empresa daquele país.

Só que o rapaz nunca conseguiu ultrapassar o fato de ter sido sempre colocado de lado pela sociedade indiana, por ser um intocável, considerado a ‘poeira sob os pés de Deus’. E é a partir daqui que a história de amor de ambos evolui para algo mais sério e problemático.

Ao amor de ambos vai-se impor a repulsa dos pais de Maya por Bahuan, Raj, o noivo prometido a Maya, o investimento que Bahuan está disposto a fazer na sua carreira e o seu crescente envolvimento com a empresa Cadore. E é a partir dessa ligação, que se vai desenrolar a campanha social da novela.

A empresa Cadore é gerida por dois irmãos em guerra: Raul e Ramiro. Esse último, casado com Melissa, é pai de Tarso e tenta incutir no filho, através de uma famigerada pressão, o desejo de que ele se torne num renomado executivo. Tanta pressão fará Tarso desenvolver esquizofrenia, dando início à campanha social da novela.
  • Elenco :





Márcio Garcia – Bahuan
Juliana Paes – Maya
Rodrigo Lombardi – Raj


Letícia Sabatella – Yvone
Lima Duarte – Shankar
Osmar Prado – Manu
Nívea Maria – Kochi
Tony Ramos – Opash
Eliane Giardini – Indira
Ricardo Tozzi – Komal
Cleo Pires – Sura
Danton Mello – Amitab
Caio Blat – Ravi
Laura Cardoso – Laksmi
Flavio Migliaccio – Karan
José de Abreu – Pandit
Paulo José – Gentileza
Jandira Martini – Puja
Tânia Khalil – Duda
Vera Fischer – Chiara
Caco Ciocler – Murilo
Stênio Garcia - Dr. Castanha
Elias Gleizer – Cadore
Humberto Martins – Ramiro
Alexandre Borges – Raul
Christiane Torloni – Melissa
Débora Bloch – Sílvia
Bruno Gagliasso – Tarso
Maria Maya – Inês
Vitória Frate – Júlia
Marjorie Estiano – Tônia
Antônio Calloni – César
Ana Beatriz Nogueira – Ilana
Duda Nagle – Zeca
Totia Meireles – Dra. Aída
Ísis Valverde – Camila
Júlia Almeida – Leinha
Regina Dourado – Walkíria
Mara Manzan – Ashima
Juliana Alves – Suellen
Betty Gofman – Dayse
Sílvia Buarque – Berê
Dira Paes – Norma
Ana Furtado – Gabi
Marcius Melhem – Radesh
Sidney Santiago – Ademir
Neuza Borges – Cema
Brenda Haddad – Rani
Cacau Melo – Deva
Paula Pereira – Durga
Cláudia Lira – Nayana
Eri Johnson
André Gonçalves – Gopal
Thayla Ayala
André Arteche – Indra
Alexandre Liuzzi
Ana Lima – Ciça
Vivianne Victorette
Eva Todor – Cidinha
Cissa Guimarães
Victor Fasano – Dário
Anderson Muller – Abel
Marcelo Brou


As crianças:

Carolina Oliveira – Chanti
Karina Ferrari – Anusha
Cadu Paschoal – Hari
Mussunzinho – Maico

Participações especiais:

Milena Toscano – Gilda
Bruna Abdalah – Goa
  • Diário de viagem da Índia e de Dubai:

A primeira etapa das gravações de "Caminho das Índias" aconteceu na própria Índia, país tão repleto de cheiros diferentes, sabores e costumes. Uma grande equipe da novela, entre técnicos e atores, foram, durante o passado mês de setembro, para aquele país asiático. Jaipur, cidade indiana que fica na região do Rajastão, acolheu a primeira fase das gravações naquele país.

Juliana Paes e Márcio Garcia, os dois protagonistas, foram os primeiros a gravar. Além deles, também os atores Tony Ramos, Lima Duarte, Ísis Valverde, Rosane Goffman e Rodrigo Lombardi, o outro protagonista, gravaram suas cenas na cidade, mais especificamente, no ‘City Palace’.

As gravações dos dias seguintes, também na cidade de Jaipur, aconteceram em emblemáticos monumentos indianos como o observatório astronómico de Jaipur, a praça ‘Choti Chopar’, o ‘Tripolia Bazaar’, o Palácio da Lua, o forte ‘Jai Garh Fort’, o ‘Galta Ji’ (templo dos macacos) e ‘Amber’ (principal forte da cidade).

Findadas as gravações naquela cidade, o diretor artístico da trama, Marcos Schechtman partiu rumo a outras cidades indianas – Varanasi, Mumbai e Jodhpur – para filmar diversos stock-shots (imagens de ambiente indiano que colam cenas de núcleos distintos da trama), enquanto o restante da equipe seguiu para Agra, cidade indiana do estado Uttah Pradesh, e para Fatehpur Sikri, uma ‘cidade fantasma’. A maravilha do mundo ‘Taj Mahal’ poderá ser ainda vista, em breve, na trama.

Além da Índia, uma equipe da novela e os atores André Gonçalves, Alexandre Borges e Letícia Sabatella gravou ainda cenas no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos

  • O sistema de castas

O sistema de castas, que domina a sociedade indiana, continua vigorando nos costumes daquele país, apesar de ter sido formalmente proibido após a independência, conquistada em 1947. De acordo com as Leis de Manu, a sociedade indiana havia sido criada pelo Deus Brahma, que agrupou a sociedade de acordo com a energia que prevalecia em cada homem. Isso deu origem às quatro castas.

Delas fazem parte os Brâmanes, que se supõe terem nascido da boca do Deus Brahma e são marcados pela força criativa; os Xatryias, nascidos dos braços de Brahma e repletos de capacidade de ação; os Vaishyas, comerciantes que nasceram das coxas de Brahma; e, finalmente, os Sudras, grupo de agricultores e trabalhadores braçais que nasceram dos pés do Deus Brahma. Abaixo dos Sudras, estão os Intocáveis, que não nasceram de Brahma e não têm casta. São apenas a "poeira sob os pés de Deus".

O protagonista de "Caminho das Índias", Bahuan, de Márcio Garcia, é um intocável, não tem casta e, por isso, de acordo com os costumes indianos está vetado a viver o seu amor pela esplendorosa Maya, papel de Juliana Paes na novela. Ao contrário de "O Clone", em que o amor de protagonistas era proibido por pertencerem a culturas diferentes, aqui é a própria cultura indiana a proibir o amor entre os dois protagonistas.



  • Fidelidade na reprodução cenográfica:

À semelhança de outras produções, a Globo decidiu investir tudo nas cidades cenográficas de uma novela a fim de rentabilizar o custo do produto final. No Projac, a emissora reproduziu parte do bairro da Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro, por onde circularão os personagens de Mara Manzan, Stênio Garcia, Dira Paes e Elias Gleizer.

O mais impressionante, contudo, é a fidelidade com que a equipe de cenografia, liderada pelo diretor de arte Mário Monteiro, copiou o Rajastão. Para a reprodução fiel do cotidiano indiano, os profissionais da Globo produziram riquixás (charretes puxadas por um homem em uma bibicleta) e took tooks (veículos motorizados de três rodas), reproduziram letreiros de lojas em hindu, língua mais falada na Índia, além de múltiplos produtos vendidos nos estabelecimentos cenográficos, também eles em hindu e criados pela equipe de cenografia.

Forrado todo a chroma key (uma espécie de painel gigante onde a emissora, digitalmente, introduz imagens de ambiente reais), a Globo reproduziu, ainda no Pojac, um trecho da escadaria de Varanasi, que corta o rio Ganges, essencial para a sobrevivência de milhões de pessoas. Com direito a água de verdade, o rio cenográfico ganhou alguns barcos e uma imensidão de figurantes, caracterizados como indianos.



  • Colorido nas cores:


Na índia, as mulheres usam os típicos saris (tecidos que se enrolam em todo o corpo) e punjabis (conjuntos compostos por calças e batas compridas), enquanto os homens são mais fiéis aos hábitos dos ocidentais, embora as roupas remontem à década de 70.



Essas são as principais conclusões a que chegou uma das figurinistas da novela, Emília Duncan, que estudou amplamente os códigos de indumentária hindus a fim de os adaptar a essa história.

Na verdade, apesar de mais simples, a roupa dos homens, do elenco indiano da novela, tem claras referências aos filmes de Bollywood, indústria indiana que produz filmes em massa, e, por isso, denota mais horas de preparação.



A personagem de Rodrigo Lombardi, Raj, tem, por exemplo, influências europeias ao possuir alguns lenços no pescoço e a calça Jodhpur, usada pela Seleção Indiana de Pólo. Por sua vez, Bahuan é mais tradicional e suas roupas, mais soltas, têm suas referências no continente americano.





  • Campanha social – a esquizofrenia:


À semelhança de "De Corpo e Alma", "Explode Coração", "O Clone" e "América", também "Caminho das Índias" vai abordar um tema social forte, vivido, principalmente, pelo ator Bruno Gagliasso, através da personagem Tarso.



Na história, o jovem é fortemente reprimido pelo seu pai, Ramiro Cadores, interpretado por Humberto Martins, e, por conta dessa pressão, para que ele se torne um bem sucedido executivo, acaba desenvolvendo uma doença mental grave.

Desaprovado pela família, Tarso acaba por se isolar, desenvolvendo esquizofrenia. As reações da família, o período de negação, as recriminações mútuas e a reintegração do jovem à sociedade, apoiado pela namorada Tônia, personagem de Marjorie Estiano, serão vividas na sua plenitude lá mais para a frente em "Caminho das Índias".





  • Índia em pleno rio:


A festa de lançamento de "Caminho das Índias", que a Globo organizou no dia 10 de janeiro, no Parque Lage do Rio de Janeiro, teve comidas típicas, danças, tatuagens de henna e todo um ambiente recriado pela própria emissora.

A equipe da festa, que estava vestida a rigor com saris, usando roupas e acessórios de variadas cores e formatos, tinha ainda pintado na testa o tradicional sinal indiano que, consoante a cor, tem diversos significados.



A comida proporcionada aos convidados, temperada, ainda que em doses menores, à maneira indiana, surpreendeu ao incluir no cardápio cominho, gengibre, canela, cúrcuma e várias outras especialidades indianas.

  • Para marcar na agenda:


  • "Caminho das Índias" estreia hoje (19/01), na Globo, a partir das 21h, depois de mais uma edição do "Jornal Nacional".

0 comentários: