18 de jan. de 2009
Cena Aberta: A minha favorita
por Endrigo AnnystonHá dias tenho feito suspense sobre a minha atriz favorita no ano de 2008. Já faz tempo eu a escolhi, mas, na verdade, durante um bom tempo vivi um grande dilema entre três nomes.

Foram meses e meses de sofrimento, um momento necessário para conscientizar as mulheres do “mundo real” sobre o fato de que devem lutar por seus direitos e felicidade. Demorou, mas ela acordou.
Colocou o marido em seu lugar, arrumou um emprego, tornou-se independente e saiu de casa. Hoje Catarina é uma mulher de verdade e não a escrava. E toda essa transformação foi transmitida com maestria por Lilia.
Entretanto, deixei Lilia de lado. Mas isso apesar de acreditar que Lilia, Patricia e Claudia mereciam o título. Como tinha que ser apenas uma, tive que escolher.
A decisão ficou entre essas duas:

A atuação ficou ainda mais rica a partir do momento que a psicopatia ficou clara e também sua doença "de amor" por Donatela ficaram visíveis. Flora chorando no enterro, Flora com saudades, Flora comprando o rancho e lotando-o com fotos da ex-parceira, as lamentações por Donatela ter estragado sua vida com o fim da dupla e etc.
Mas também desisti da Patricia. Não que ela não merecesse. Tive que fazer por um motivo maior, e irei explicar.

Tudo isso foi visível em cada gesto e em casa olhar. Donatela então, desde o início tentando provar sua inocência, depois tentando convencer todo mundo a acreditar nela e vendo todos virando as costas e dando crédito à Flora.
Depois, quando ela poderia ter ficado apagada após fugir da prisão - contando ainda todo o sofrimento que viveu por conta da Zezé - Donatela deu vida ao apagado e aloprado Augusto Cezar. Ao seu lado o personagem de José Mayer até ganhou graça.
Não fossem todos esses motivos, toda a dor, toda a angustia de Donatela foram visíveis em momentos cruciais, especialmente quando relacionados à Lara, que várias vezes a rejeitou.
Agora, explicarei o porque de Claudia Raia.
Estamos habituados, nos últimos tempos, a seguir nas mais variadas novelas grandes vilões. Nos últimos anos não foram poucas as atrizes que, mesmo fazendo maldades, ganharam a atenção dos telespectadores que vibravam a cada novo momento. De Renata Sorrah à Patricia Pilar, foram cerca de 10 atrizes fazendo sucesso com um personagem de perfil maquiavélico.
Eis a questão. Parei pra pensar e questionei: neste meio tempo, quantas atrizes convenceram como mocinhas?
A mim, nenhuma. Sempre fico com vontade de pegá-las e dar com a cabeça das mesmas no chão para ver se acordam para a vida. Vontade não falta.
Com Donatela isso não aconteceu. Nunca foi a mocinha boboca que passou sete meses lutando por um grande amor - o óbvio de todos os folhetins -, chorando, se esperneando, olhando para o teto pensando na vida, para a Lua pensando no que perdeu e blá, blá, blá.
Desde o início foi uma batalhadora por provar sua inocência, enfrentando, inclusive, a tirania de Zezé sem baixar a cabeça. Lutou sim a novela toda, mas para provar sua inocência sem desanimar. Era questão de honra e isso nunca a deixou pedante, mala, chata, boboca e afins. Sempre vibramos com suas vitórias ou o fato de não desanimar mesmo com os tropeços.
Donatela foi o tipo de mocinha que, apesar de Flora ter virado "a" personagem do momento, nunca deixou de ter a torcida do público, que não a rejeitou.
Por isso, e somente por isso - deixando claro que as três pra mim de forma igual foram as melhores de 2008 - foi que escolhi Claudia Raia como a minha favorita. Foi um pequeno detalhe que fez a diferença para a minha escolha.
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