22 de nov. de 2008

Mudando de Assunto: Quando o racismo terá fim?

O goleiro Felipe (foto), logo após o término do seu 100º jogo pelo Corinthians, declarou ter vivido uma situação que dificilmente esquecerá na carreira. Ele foi alvo de insultos racistas da torcida do Juventude, que perdeu por 2 a 1, na noite da penúltima quarta-feira (12/11), pelo Campeonato Brasileiro da Série B.

"Eles acham que preto não joga bola, que só branco joga. Ouvi comentários o jogo inteiro. Mas é bola para frente. A gente está na primeira divisão e eles continuam na segunda”, desabafou o goleiro logo após o final da partida.

O técnico corintiano Mano Menezes reprovou o ocorrido. "As pessoas falam que os profissionais de cor negra são minoria. Talvez essas ofensas ocorram porque as punições são muito brandas. No momento em que as penas forem rigorosas, as pessoas deixarão de fazer isso. Da nossa parte, vamos procurar superar esse problema", afirmou.

A diretoria do Corinthians, por sua vez, declarou que o Juventude não deve pagar pela postura da torcida. "Nós repudiamos qualquer manifestação racista e discriminatória, mas não sei se o clube pode ser punido por essa postura dos torcedores", opinou o diretor de futebol Mário Gobbi.

A equipe gaúcha, no entanto, possui um histórico de atos racistas em partidas no estádio Alfredo Jaconi. O próprio gerente de futebol do Corinthians, Antônio Carlos, já se envolveu em problemas do gênero quando defendia o Juventude.

Esta não é a primeira vez que Felipe faz denúncias racistas. Ainda na Série B do Campeonato Brasileiro, o goleiro já reclamou ser chamado de "macaco" pela torcida do ABC, em Natal. Na ocasião, disse que combater o tema era "a mesma coisa que bater em ponta de faca".

Diante dessa situação, em pleno mês em que é comemorada a Consciência Negra , o Mundo da TV Aberta também que saber: quando o racismo terá fim?
  • Preconceito racial diminui no País, aponta Datafolha

A pesquisa Datafolha divulgada na edição de domingo (16/11) do jornal "Folha de S.Paulo" aponta que o preconceito racial diminuiu no Brasil. A pesquisa reedita perguntas feitas em 1995 e mostra que menos brasileiros se dizem brancos.

Em 2008, 3% dos entrevistados afirmaram ter preconceito, contra 11% há 13 anos. Foram ouvidas 2.982 pessoas em 213 municípios. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Indicadores de renda e escolaridade apontam melhora entre a população negra. Cresceu a presença de negros e pardos no ensino médio. No entanto, para 91% dos entrevistados, os brancos ainda têm preconceito contra negros, segundo o estudo.

"Na sua opinião, quem sofre mais preconceito no Brasil", perguntou a pesquisa. Em respostas espontâneas e múltiplas, 56% dos entrevistados disseram "pretos ou negros", 21% afirmaram "pobres", 8%, homossexuais.

Em 1995, 78% dos entrevistados disseram que se uma pessoa jovem negra trabalhar duro, ela conseguirá melhorar de vida. Em 2008, esse índice aumentou para 86%. Já 11% dos pesquisados responderam que essa pessoa dificilmente teria chances de melhorar de vida. Em 1995, 17% acreditavam nisso.

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