26 de mar. de 2008
Confira entrevista com Alessandra Maestrini!
pelo Site do Toma Lá Dá Cá
É difícil conter a gargalhada ao escutar o sotaque peculiar de Bozena, interpretada por Alessandra Maestrini. A doméstica de Toma Lá, Dá Cá agita o condomínio Jambalaya Ocean Drive com seu estilo general e com suas histórias cômicas de Pato Branco. Será que foi difícil para a atriz construir uma personagem tão distinta e de humor tão refinado? Nós conversamos com Alessandra sobre a personalidade dessa paranaense especial. Afinal, como bem diz a atriz, “é fácil encontrar um pouco da Bozena em várias pessoas. Mas é difícil encontrar alguma tão estonteantemente apaixonada pela família para a qual trabalha”. Confira o bate-papo!A Bozena é uma empregada que foge do arquétipo da empregada de comédias brasileiras (daquelas nordestinas, de sotaque arrastado, e com um português ao menos duvidoso). Como foi a construção da sua personagem? Em que encontrou inspiração?
Alessandra Maestrini – Eu recebi ajuda de Thaís Gulin (a cantora) na construção do sotaque. Ela é uma amigona, e a família toda dela é do Paraná. Passei tardes na casa dela para entender seu jeito de falar e conhecer a alma paranaense. Outra grande ajuda que recebi - a primeira de todas - veio da internet. Antes do programa piloto, em 2005, Miguel contou que a personagem seria do Paraná. Disse também que naquele episódio, que se daria à época das festas de final de ano, Bozena faria uma apresentação cantando e dançando conforme os grupos polacos típicos da região. Resolvi entrar na internet à procura de uma pizzaria ou algo assim, para conversar com alguém e captar a musicalidade e trejeitos do sotaque paranaense. Acabei achando o site de um grupo folclórico de danças polacas, residente em Curitiba. Conversei com o representante. Expliquei-lhe de cara a situação: não quero contratá-los, quero fazer laboratório de sotaque.
Você tem algo em comum com a Bozena? Pelo que me parece, vocês são bem diferentes.
Alessandra Maestrini – Eu seria a Bozena se não me lapidasse. Esse lado perfeccionista, tímido e ao mesmo tempo carente de atenção, de viver no mundo da lua (ou em Pato Branco), eu sempre tive muito. Se eu não me desse conta, aos poucos, de que é preciso ser maleável, se eu não acordasse para o fato de que, se eu não me relacionar com o mundo um dia, tudo pode vir a perder o sentido completamente, eu seria a Bozena. Nunca assumi o aspecto tão taxativo que a personagem tem. Sempre tive um pouco de noção de camuflagem de como me sentia. Mas acho que ela tem um pouco da minha personalidade de antes. Cada uma destas características, a cada vez que me dava conta de que seria mais feliz lapidando-as, o fiz. Assim a vida fica mais fácil, mais leve e menos solitária.
É fácil encontrar uma Bozena nas cozinhas brasileiras?
Alessandra Maestrini - É fácil encontrar um pouco da Bozena em várias pessoas. Na cozinha, já conheci algumas governantas, babás e empregadas que se expressam a ferro e fogo e que, ao mesmo tempo, são puro amor. Difícil é encontrar alguma tão estonteantemente apaixonada pela família para a qual trabalha.
Você foi a Pato Branco. Como foi o retorno do público local?
Alessandra Maestrini - Fui receber uma Medalha de Honra ao Mérito na Câmara Municpal, por divulgar o nome da cidade pelo mundo (Sim! Nós somos assistidos até no Japão!) No dia seguinte, gravamos em frente à igreja, numa gigantesca praça. Lotada. Escolhi um banquinho, sentei e passei a tarde dando autógrafos e tirando fotos. Dali, saí para uma entrevista coletiva para todos os jornais e TVs do Paraná. E, na manhã seguinte, saímos atrasados do hotel porque a porta estava lotada de gente pedindo autógrafos, fotos e dando muitos presentes. Eu me senti uma mistura de Madonna com Papai Noel e um pouquinho de Evita Perón. (risos)
Durante a visita, você percebeu algo de peculiar na região que possa ser incorporado à Bozena? Conte um pouco da sua percepção da cultura e costumes de lá.
Alessandra Maestrini - São extremamente educados, gentis e amorosos. Apesar de terem um jeito mais seco no falar e no andar mesmo. Acho que na verdade constatei que estou no caminho certo. (risos)
Será que em algum momento você vai emprestar o seu talento musical à Bozena?
Alessandra Maestrini - Já o fiz algumas vezes: cantei um trechinho de “I Will Survive”, outro de “Madame Buterfly”, mantras indígenas. Tudo na base da brincadeira. Mas muito provavelmente Bozena ainda vai cantar pra valer. Miguel é absolutamente musical.
A sua forma de trabalhar o humor foge aos formatos escachados e previsíveis. Como você consegue dosar essa comicidade numa personagem com perfil de general?
Alessandra Maestrini - O segredo é fazer comédia tendo como base o drama. O segredo é confiar no texto, simples e atentamente. E a carpintaria do Miguel e da Maria Carmen permite fazer isto de olhos vendados. Maurinho (Mauro Mendonça Filho) também é um diretor muito atento à medida das cores. E o jogo com o elenco é de muito respeito e prazer sempre. Bem, depois desta seda rasgada assumida, vou aproveitar o espaço para agradecer ao olhar absolutamente sintonizado dos câmeras. Com tudo isto à mão, basta expressar nos olhos, no corpo e na voz a compreensão da proposta do dia.
Como está sendo essa experiência em trabalhar numa sitcom? O formato do programa te trouxe novas possibilidades de atuação?
Alessandra Maestrini - Muitas! Não só a questão de ser uma sitcom e de ser televisão, mas isto de ser uma linguagem louca, porque é meio teatro e meio televisão. Estou aprendendo muito! Tanto quanto à câmera e ao veículo como para decorar com mais agilidade, improvisar o cômico e relaxar com o perfeccionismo. E tem esta coisa engraçada de toda semana encenar uma peça diferente com os mesmos personagens. O lance é deixar gravado o que saiu de primeira. É muito gostoso e rico!








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